por Cler Oliveira*
Na manhã desta segunda-feira, dia
10, a
Fundação Liberato deu mais um passo importante para que Novo Hamburgo se torne
um município mais acessível por meio da I Mostra de Curta Metragem acessível para Pessoas com Deficiência. O
evento reuniu representantes de entidades governamentais, ONGs, estudantes,
educadores e membros da comunidade que prestigiaram as oito produções
experimentais (veja lista no final do post) feitas por escolas municipais
de Novo Hamburgo, Centro Universitário Feevale, produtores de Ivoti e Porto
Alegre. Segundo o diretor-executivo da Fundação, Léo Weber, a instituição deu
um grande passo para a continuidade de projetos que visam a acessibilidade,
iniciados em 2012 e ratificados com a idealização do Centro de Referência de
Tecnologia Assistiva que, a partir de pesquisas, projetos e de um grupo de
trabalho na área, irá disponibilizar recursos para alunos e comunidade com deficiência
a fim de dar mais autonomia a essas pessoas.
Parte dos curtas apresentados, para se tornarem produtos de
cultura acessível, contaram com o apoio da Fundação que colaborou com a edição,
tradução para Língua Brasileira de Sinais (Libras) e linhas de áudio para
audiodescrição, recurso que permite que o deficiente visual possa ter a
contextualização de cenas para melhor entendimento da obra.
A mostra foi seguida de um debate
que contou, dentre os participantes, com a presença do presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CMPCD) e Associação dos Deficientes Visuais de Novo Hamburgo (Adevis), Ricardo Sewaald (foto), que enfatizou a importância
de cada trabalho, independente de questões técnicas, para a promoção da
acessibilidade e cidadania. Sewaald destacou o curta “O Recomeço de Um Futuro
Melhor”, que trata de um grupo de estudantes da Educação de Jovens e Adultos
(EJA) que, por razões diferentes, aprendem a ler na idade madura. A produção
aborda a felicidade da descoberta da leitura e o preconceito vivido por essas
pessoas. “Esse é o tipo de projeto que tem que ser disponibilizado e entregue
na Secretaria Nacional dos Direitos Humanos pela riqueza dos depoimentos”, sugeriu.
Da mesma forma que enfatizou os depoimentos do documentário “Olhares” que trata
do mundo dos deficientes visuais.
Planos para 2013
Segundo o coordenador do Centro de Planejamento e Avaliação da
Fundação Liberato, José Brenno da Cruz, a instituição tem diversos projetos sob
o prisma da acessibilidade e que, neles, o Conselho Municipal dos Direitos e
Cidadania da Pessoa com Deficiência terá um espaço importante nesse processo.
Entre as ações está a implantação do primeiro laboratório modelo para a
produção de áudios e vídeos para a elaboração de curtas acessíveis. Nessa mesma
linha, há planos da disponibilização de uma biblioteca na qual poderá ser
encontrados livros em braile e em outros formatos que permitam a inclusão de
leitores com deficiência. Além disso, a criação de um conselho consultivo
formado por representantes de entidades que trabalham com deficientes é um
projeto que a Fundação pretende implementar e oficializar a médio prazo.
Atualmente, alguns dos projetos
desenvolvidos pela entidade, sobretudo os que envolvem tecnologia assistiva na
área de deficiência visual, contam com a consultoria da Adevis. “Queremos em
breve poder anunciar nossa próxima mostra de curtas acessíveis e construir,
junto com as entidades de pessoas com deficiência, um calendário de eventos
comum para o próximo ano”, ressaltou Cruz.
Curtas apresentados:
Crédito: Instituto de Educação de Ivoti |
- Venezianas Coloridas
- A Menina que Não Podia Brincar
- Friends and Feelings
- O Recomeço de um Futuro Melhor
- Através das Sombras
- Gira-giras do Tempo
- Que cor é essa?
- Olhares
Confira a galeria de fotos na página do Conselho Municipal dos Direitos e Cidadania da Pessoa com Deficiência de Novo Hamburgo noFacebook.
Cler Oliveira é jornalista, blogueira e integrante do Conselho
Municipal dos Direitos e Cidadania da Pessoa com Deficiência de Novo Hamburgo. contato: Cler.oliveira@gmail.com
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